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Há tempos comento com algumas pessoas que quanto mais a idade avança, mais aumenta o tamanho e o peso da necessaire. A indústria desenvolveu tantos produtos, a concorrência cresceu tanto que nos tornamos vítimas do mercado.

Nós mulheres (e também alguns homens) sentimos muita insegurança com as novidades diárias da indústria da beleza.

Vamos nos concentrar nos produtos para a cabeça: antirrugas, hidratante, contorno dos olhos (só aqui são dois: um para a pálpebra e outro para a região das olheiras), adstringente e antiacne para ser básica, vitamina C, ácido hialurônico..., mas ainda na cabeça, estão os cabelos: xampu, condicionador, hidratante, une-pontas, mousse, tinta, pomada, máscara. Porém a indústria que muito estuda o consumidor e seus problemas oferece produtos para problemas específicos. Exemplo: cabelos oleosos, secos, com tintura etc. Mas quem possui mais de uma característica como cabelo tinto e oleoso, terá um surto na gôndola em função da baixa autoestima, pois esqueceram de você. Ou será que devemos comprar dois produtos e misturar? Mas aí será que terei o resultado da moça (tão moça) da propaganda?

Agora, com a entrada da primavera, os corpos estão se aquecendo para o êxtase do verão. Com isso começam as campanhas dos lançamentos e dos produtos não tão novos, mas de nova embalagem. Ou seja, tudo que você tem em casa, dentro do prazo de validade, lhe causará a sensação de ultrapassada e desatualizada. Certamente alguma amiga “muito bem” informada ou o cabeleireiro que tudo sabe lhe falarão de alguma novidade sem a qual não poderá sobreviver. Caso contrário todas serão mais belas que você amiga! E assim estará condenada a ser o “bacalhau” do verão. Eu não!

Esta semana vi o anúncio de um novo produto que combate a celulite. Imagino ser o produto do século. A propaganda demonstra que, como num daqueles filmes de Missão Impossível a pele com celulite sai e fica uma nova. Graças aos céus e a este laboratório que está investindo muito em mídia porque espera um retorno absurdo em virtude de nossa insegurança, seremos belas para sempre. Mas não todas. As de poder aquisitivo mais baixo estarão condenadas a feiúra. Afinal a beleza é fundamental.

É sabida a intensa quantidade de pesquisas que um produto sofre antes de ser lançado no mercado. Não apenas com relação a qualidade do produto, mas também com relação aos desejos do consumidor, cores, aromas, embalagens etc. Logo, se a campanha veiculada não foi suspensa pelo CONAR é tudo verdade. É?

Vejamos, nós profissionais de comunicação, gostamos e necessitamos de pesquisas porque elas minimizam eventuais riscos para o lançamento de um produto. Porém sabemos também que uma pesquisa envolve inúmeras informações que podem se multiplicar ainda mais conforme seus cruzamentos. Qual o percentual das pesquisas é utilizado na divulgação do produto? Somente a parte boa é claro. Informações ruins ou não relevantes devem ser omitidas ou transformadas em boas.

Logo, invista no seu processo de segurança.

Denise Monteiro

Set/2012